Isn't the secret intent of this great Earth,
when it forces lovers together,
that inside their boundless emotion all things may shudder with joy?
Rainer Maria Rilke
O terceiro preceito - bem, isto dava um bom nome para um filme! Os cinco preceitos são regras básicas de treinamento observadas pelos budistas laicos. Temos estado a "revisitá-los" ao contrário (começámos com o quinto) nas sessões das quartas da UBP. Referi o quarto (a fala) e agora gostava de mencionar o terceiro, "Eu tomo o preceito de abster-me de comportamento sexual impróprio". Do ponto de vista do budismo a sexualidade é uma energia, uma força poderosa nas nossas vidas. Como com qualquer outro fenómeno, precisamos de estar atentos e aprender a usar essa energia habilmente. Para as pessoas sem votos monásticos, este preceito segue a linha directriz de qualquer acção, o princípio de não causar dano ou sofrimento, neste caso frequentemente expresso por honrar os nossos compromissos. Não se trata aqui de puritanismo, pois a via de Buda é essencialmente muito pragmática e o sexo gozava de muito boa saúde na Índia antiga. E precisamente porque a energia sexual era compreendida como sendo um elemento dinâmico na vida das pessoas, faz sentido incluí-la no contexto do caminho espiritual.
Basicamente, haverá duas formas "hábeis" de usar esta energia - como objecto de atenção, o que nos ajudará a reconhecer a natureza do desejo, ou como força transformadora, que é o método tântrico.
Ao usar a energia sexual como um qualquer outro objecto de atenção, podemos ver o quanto o desejo sexual pode está presente na mente e também que, como tudo o resto, como qualquer outro fenómeno, é transitório. A percepção libertadora pode vir de percebermos que não temos de fazer nada para que o desejo desapareça. Se nos sentarmos e observamos, veremos que o desejo vem e finalmente vai por si mesmo. Desta forma somos menos conduzidos pela força dos nossos desejos, não pensando que a nossa felicidade depende da sua satisfação. Podemos desfrutar dos prazeres dos sentidos quando surgem, mas deixamos de ser dominados por eles e estes deixam de ser a causa de acções prejudiciais.
O método tântrico fundamenta-se no conhecimento e na aplicação da energia. No Budismo, os Tantra fazem parte das escolas do Vajrayana desenvolvido no Tibete e Shingon no Japão. A palavra Tantra, continuum, refere-se à natureza da energia no seu estado primordial, que se manifesta sem interrupção. O domínio das energias do corpo, das emoções e da mente não é visto no Budismo como um fim em si mesmo mas como um meio para a realização do objectivo último de reconhecer a verdadeira natureza da realidade e poder dessa forma ajudar todos os seres, segundo o ideal do Bodhisattva. Subjacente ainda à prática dos Tantra, está a ideia de que certo tipo de práticas e ensinamentos, porventura mais simples, já não se aplicam a uma idade decadente (Kaliyuga) como aquela em que vivemos, em que têm de ser usados meios mais directos para a compreensão da realidade. Mas no Ocidente geralmente há aquela atitude de se querer a prática "mais elevada", o que apenas mostra uma completa incompreensão do caminho. De qualquer forma, não é uma questão de encontrar a prática mais "elevada" num sentido abstracto, mas aquela de que precisamos, que corresponde àquilo que honestamente somos, e que traz resultados... tangíveis.
Um texto que sempre achei interessante e inspirador, é o Red Thread of Zen, de Subhana Barzaghi, e que basicamente diz "We do not need to block our sexual energies, nor do we need to be a slave to them."
terça-feira, outubro 31, 2006
sábado, outubro 28, 2006
terça-feira, outubro 24, 2006
Companheiros de Viagem

quarta-feira, outubro 18, 2006
Amaravati

terça-feira, outubro 17, 2006
O que é um retiro?

Um retiro é uma oportunidade de clarificar e aprofundar o que é realmente essencial para cada um de nós. Num retiro budista, tentamos criar as condições exteriores e interiores que nos permitem afastar-nos da agitação e dispersão da nossa rotina, de forma a podermos realmente descontrair e abrir. O ambiente envolvente, as práticas de harmonização corpo-mente, as refeições vegetarianas, o diálogo, o silêncio, reflectem esta procura de uma maior simplicidade e este processo de redescoberta de nós mesmos.
Com o desenrolar do retiro, atenuam-se as barreiras que separam o eu, o outro, o mundo. À medida que nos soltamos, a tranquilidade e a quietude dá lugar a mais disponibilidade, amplitude, alegria e mesmo gratidão. A tranquilidade faz emergir a apreciação pelas pequenas coisas e os gestos simples – os sons, os sabores, os cheiros, as sensações, o estar consigo, o estar com os outros.
Um retiro oferece a oportunidade de experienciar a vida de uma forma mais leve e receptiva. Ao estarmos mais atentos e conscientes de tudo, das nossas relações de interdependência com os outros, refinamos a nossa habilidade para nos ocuparmos de nós, dos outros e do mundo, com mais compaixão e sabedoria.
Próximo retiro organizado pela UBP:
Integração: corpo, mente e fala
Retiro com Sagarapriya – 11/12 de Novembro
Mais informações no site da UBP. Para quem quer conhecer algo mais sobre Sagarapriya, mais algumas informações, aqui.
segunda-feira, outubro 16, 2006
Frutos de Outono

O miso


Como são elementos vivos, as bactérias e os fermentos do miso perdem as suas propriedades quando são submetidos a altas temperaturas, por isso não se deixa ferver o miso. Na tigela, colocamos o tofu, cebolinho, eventualmente algas wakame, ou outras. Pomos o caldo quente por cima destes ingredientes, e está feito! Claro, se usar alho francês, convém aferventá-lo primeiro no caldo.
sábado, outubro 14, 2006
Francesinha aromática












sexta-feira, outubro 13, 2006
Memórias...

quinta-feira, outubro 12, 2006
Tara Branca com Guarda-Sol

Na Índia, os nobres e alguns monges usavam o guarda-sol para se protegerem do sol. O guarda-sol é um dos sete tesouros (paramitas) e um dos oito signos auspiciosos. Segundo a tradição, ajuda a eliminar os pensamentos negativos e simboliza as virtudes budistas a brilhar em todos os seres.
Hoje a luz de Tara parece suave e a sombra do guarda-sol repousante.
E a imagem é de um pintor russo de arte budista tibetana:) Nick Dudka
terça-feira, outubro 10, 2006
segunda-feira, outubro 09, 2006
Dizer sim

Mais, aqui: Percorrer o caminho. Mas também aqui: Just Walking e aqui!
Fotos do fim-de-semana com a Amy:










Sabor a Zen

Morada: UBP Rua da Restauração, 463, 2.º Porto
Em Lisboa, será em horário ainda a anunciar.
quinta-feira, outubro 05, 2006
Casa Viva

Ficam algumas fotos: espero que dê vontade de aparecer por lá! Mais fotos aqui!












segunda-feira, outubro 02, 2006
Fim-de-semana doce


Massa quebrada: (2 doses, pois é uma tarte coberta)
500 gr. de farinha, 250 gr de margarina vegetal, 1 pitada de sal, água q. b. Usámos farinha tipo 65 e farinha integral. O segredo da massa está em misturar os ingredientes sem contudo os amassar demasiado.
Recheio: fruta cortada aos bocadinhos (maçãs, pêras, pêssegos, ameixas, esta que fizemos tem amoras colhidas pela Lucinda :), uvas passas (facultativo) canela, sumo e raspa de limão.
Cobre-se a forma com uma parte da massa, recheia-se com a fruta, cobre-se com massa estendida e depois faz-se um quadriculado como se vê nas fotos! Depois vai ao forno até ficar dourada.







Ainda fizemos crepes com compota de amoras para o lanche (com as tais amoras da Lucinda :) e uma das minhas tartes de maçãs preferidas, a Tarte Americana. Aqui vai a receita:
Tarte americana
massa quebrada
(estende-se, põe-se na forma e vai ao forno a cozer previamente)
7 ou 8 maçãs cortadas às fatias finas
Adoçante (açúcar, geleia, etc.), sumo e raspa de limão
um punhado de farinha, natas
Misturar tudo e levar ao forno dentro de uma caixa de tarde previamente cozida. Esta é a receita, mas faço-a "à minha maneira": em vez de misturar tudo, vou pondo por camadas, polvilho de farinha e canela o fundo da massa, e vou alternando maçã com o resto dos ingredientes. Desta vez usámos natas de soja, mas isso parece que também é um assunto polémico, com todas as histórias da soja e da destruição da Amazónia!!
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