segunda-feira, dezembro 24, 2007

Um bom ano... sem fumo... e com bom coração:)

Provavelmente a melhor notícia para mim deste fim de ano é aquele anunciozinho que agora muitos estabelecimentos agora têm: de acordo com a lei tal e tal, a partir de 1 de Janeiro é proibido fumar no estabelecimento. Claro que em relação à lei anti-tabaco há algumas reservas, mas de qualquer forma já há algo a mexer. E isso é bom. Fico sempre perplexa sobre o quanto muitos fumadores acham fumar algo "natural" que podem fazer em qualquer lado, em qualquer momento.

Lembro-me de muitos episódios quase caricatos, se não tristes. Depois de voltar de Bruxelas, há mais de dez anos atrás, vivi em Faro durante 1 ano e meio. Tenho muito boas memórias de Faro, de coisas simples e fantásticas como sair de casa para ir ver o pôr-do-sol sobre o cais da ria. Nessa altura o meu filho tinha 5 anos e frequentemente levava-o para o jardim, sobretudo aquele em frente à marina de Faro, que tem baloiços para as crianças. Uma manhã estava sentada num dos bancos em frente ao parque das crianças, a ler um livro (possivelmente) enquanto o meu filho brincava. Como ainda era de manhã cedo o jardim estava apetecível mas praticamente deserto. Senta-se depois um homem de idade ao meu lado. E, claro, puxa de um cigarro para fumar. Como acontece em 90% dos casos (no meu caso, deve rondar os 100%), o vento estava a favor... de eu apanhar com o fumo todo. Nessa altura todos os bancos estavam vazios, talvez tenha escolhido aquele em que eu estava sentada porque estava ao sol. Aguentei aquela fumarada algum tempo, até achar que não tinha de aguentar. Pedi-lhe educadamente se poderia mudar de lugar, porque o fumo me estava a incomodar. Respondeu-me indignado: "Com tantas senhoras que fumam, logo eu tinha de dar com esta!". Achei sempre estranho ter quase de pedir desculpas por não ser fumadora e fazer o papel da má da fita. Estranho mesmo. Mas mesmo assim a minha consciencialização deste problema foi maior quando ouvi o Cláudio, o empregado do café onde frequentemente tomamos o pequeno-almoço, exclamar: já bastam quatorze anos a engolir o fumo dos outros!

domingo, dezembro 16, 2007

Solidariedade

Um pedido do CREU:

necessitam-se livros de qualquer tipo (biografias, poemas, ficcção, clássicos, romances, científicos, etc.) para a biblioteca da UHSA (Unidade Habitacional Santo António, no Porto, que é um centro de detenção de imigrantes que aguardam repatriamento)! Podem ser livros usados, mas em boas condições. (deixar no Creu ao cuidado do FAS):

além disso, a igreja de Ramalde está a fazer recolha de material informático em bom estado, roupas, livros, etc. para missão humanitária na Guiné. Quem tiver algo com que possa contribuir, passe na Igreja de Ramalde, Porto...

mais um espaço

Gosto do conceito, uma livraria onde se pode tomar um café ou um chá, e fui visitar a nova livraria Leitura no Centro Comercial Cidade do Porto. Claro que perdi logo a cabeça com um par de livros. É pena que estas ideias levem tanto tempo a chegar cá :)

terça-feira, dezembro 04, 2007

ainda sobre as Conversas da Terra

O Pedro fez um pequeno resumo do nosso encontro no blog Be the change you want to see. Atenção ao link para o Eco Natal :) (bem, uma vez na vida apareço na foto! :)

segunda-feira, dezembro 03, 2007

conversas de tlm


Durante o almoço do curso de cozinha vegetariana, não sei a que propósito, a conversa derivou para os telemóveis. Cada um acabou por falar da sua relação com o telemóvel. Descobrimos que a maior parte dos presentes não gostava do telemóvel, por vezes não atendiam as chamadas e em todo o caso não atendiam em determinadas situações – se estivesse ocupados, a trabalhar, se estivessem com outras pessoas, num jantar, etc, que não gostavam das mensagens de voz e frequentemente não as ouviam, em contrapartida era mais fácil enviar sms.


Em contrapartida, percebemos que há pessoas que adoram o telemóvel, telefonam por tudo e por nada e podem passar “horas” ao tlm, e muitas dessas pessoas não enviam sms, se não forem atendidas deixam mensagens de voz. Parece-nos haver já uma zona de dificuldades de comunicação entre estes dois grupos he he :)

Conversas



O autocarro estava demorado. Disse que se eu a acompanhasse não se importava de ir a pé, que a conversar o tempo passava num instante. Disse que tinha ido arranjar o cabelo, que quando era nova era desleixada, não é que fosse propriamente desleixada, as pessoas diziam que tinha uma cara simpática e ela deixava-se levar por isso. Mas agora tinha mais cuidado. Uma mulher com o cabelo arranjado e os sapatos bonitos já estava bem. Insistiu em dar-me a morada da cabeleireira, na rotunda da Boavista. Por 22 euros tinha lavado, cortado e pintado o cabelo. As unhas foram 4 euros. Estava com pressa porque o pai estava à espera para almoçar. Quando chegasse a casa a primeira coisa que faria era pôr água a ferver, cozia uma batatinhas num instante. O pai era tudo o que lhe restava, o pai e um irmão deficiente que iria visitar logo à tarde. No Natal estariam só os três, era essa a família dela. A vida era só casa e trabalho. O pai tinha trabalhado imenso, tinha começado aos treze anos, e reformou-se aos 55, não por invalidez, mas por já ter os anos de trabalho para a reforma. Mas depois foi procurar um emprego e trabalhou até agora, quase aos 80. Só parou porque teve uma pneumonia. Ela não tinha amigos, nunca tivera amigos. No início, quando fora para a função pública, há catorze anos atrás, fora uma grande alegria, o trabalho era uma segunda família. Agora as coisas estavam diferentes. As pessoas eram invejosas, cada uma pensava só em si. E tinham de andar em cima dos professores, marcar logo falta, não era como antigamente. Ela era bipolar, essa doença de que se fala muito, mas olhe que há também uma professora a trabalhar que também é bipolar. Tinha de tomar sempre medicamentos, quando tudo estava bem, como agora, não havia problemas, mas em certas alturas era muito mau, tinha depressões, queria suicidar-se. Tinha de tomar sempre os medicamentos. Moro aqui. Nestes prédios, somos quase vizinhas.

As nossas penas


Usei uma meditação com arquétipos astrológicos para tentar ir mais a fundo numa determinada questão pessoal (e interior) e durante essa meditação, uma meditação guiada ou auto-guiada, oferecemos à figura arquetípica um presente. O presente que imediatamente vi foi uma pena. O resto do da “viagem” levou-me a algo que poderia chamar de uma regressão, mas que poderia bem ter outra explicação, uma espécie de encenação simbólica de padrões por sua vez simbolizados pelos aspectos planetários do meu tema. A encenação passava-se numa ilha, um pouco como a ilha do Paul et Virginie (pois, já sei, esta série é muito antiga :). Mas também era a viagem para a ilha, de barco, a dor, a dor da escravidão, de estar submetida a alguém, a dor da separação dos que amamos, o medo. Também o medo de algures não ser o escravo mas o traficante de escravos. Para além da dor e do medo, inesperadamente (ou não), descobri a raiva e o ódio, o desejo de libertação.
Embora tenha compreendido as várias etapas desta “viagem interior”, a imagem de oferecer uma pena foi intrigante, não conseguia perceber o que poderia significar. Geralmente para estas clarificações consulto o Dictionnaire des Symboles, de Jean Chevalier e Alain Cheerbrant (pulicado em Portugal pela Teorema) e assim fiquei a saber que a pena, no xamanismo, está associada aos rituais de ascensão e de clarividência e adivinhação. Por outro lado, em inúmeras civilizações, está ligada ao simbolismo lunar e representa o crescimento da vegetação (ver, por exemplo, a associação penas-cabelos-fertilidade ligada ao simbolismo ascensional nos índios norte-americanos). Contudo, embora achasse muito bonito, pessoalmente não me disse nada. E passaram umas duas semanas.
Estava recentemente a reler After the Ecstasy, the Laundry, de Jack Kornfield, pegando num excerto aqui e ali. Reli também a história de Ícaro e Dédalo, embora estivesse farta de a conhecer. Dédalo era o mais inteligente dos artistas e artesãos da época, mas depois de construir o famoso labirinto a pedido do rei Minos, caiu em desfavor e este aprisionou-o com o filho Ícaro no labirinto. Dédalo arranjou uma forma de escapar, construindo asas com as penas de gaivotas que pacientemente acumularam, e colando-as com a cera das velas. Quando tudo estava pronto, Dédalo avisou o filho para não voar demasiado alto, pois o sol poderia derreter a cera. Contudo, inebriado pelo voo, Ícaro esqueceu os conselhos do pai e imaginou que poderia tocar o céu. Mas rapidamente o calor derreteu a cera e ele caiu como uma folha no mar e afogou-se, deixando algumas penas na água.

Nesta altura da leitura houve um click, a imagem destas penas a flutuar na água. E percebi que o que tinha oferecido fora a minha humildade (ou o meu orgulho).

quarta-feira, novembro 28, 2007

Para ti

Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.

Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.

Eugénio de Andrade

terça-feira, novembro 27, 2007

Livros a partir de um euro

Cerca de sete mil livros (com destaque para a literatura infantil e juvenil), com preços a partir de um euro, vão estar à venda na Festa das Letras, organizada pela editora Arca das Letras, de 24 de Novembro a 24 de Dezembro, na baixa do Porto, nas instalações da Arca das Letras, não sei exactamente onde.

A Festa das Letras decorrerá todos os dias, incluindo sábados e domingos, entre as 10h00 e as 18h00. O dia 1 de Dezembro, será dedicado à poesia de Miguel Torga, com actores convidados para declamar poemas.

Entretanto inscrevi-me no Freecycle.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Conversas sobre os elementos

No domingo foi uma oportunidade para conversas da terra: na UBP. Foi bom, não só a oportunidade de partilhar, mas também as pequenas sementes - ideias para "fazer"... para já, uma oficina de presentes de Natal... reciclados, marcada para 9 de Dezembro.

sexta-feira, novembro 16, 2007

O caminho do Bodhisattva

A frase é mais ou menos assim: "Tive fome e deste-me de comer, tinha sede e deste-me de beber, tinha frio e cobriste-me, estive só, fizeste-me companhia, estive preso, foste visitar-me." Há pessoas que têm este efeito em nós.

quarta-feira, novembro 14, 2007

curar o mundo

Uma história contada por Shingan (Francis Chauvet) no retiro deste de fim-de-semana: La sanación de tu mundo comienza en tí

quinta-feira, novembro 08, 2007

o repouso do guerreiro


Hoje
só por um momento
rendo-me
pouso as armas
dispo as roupas
fico nu
Não quero escolher
não quero bater-me
Vou sentar-me
e talvez viver

O Caminho para o Paraíso já é o Paraíso. Sta. Catarina

quarta-feira, outubro 24, 2007

O ladrão de sorrisos

Há um ladrão que rouba os nossos momentos de atenção. Rouba pequenos pedaços de estrelas, sonhos e promessas. Colecciona gargalhadas, palavras de amizade e confiança, junta tesouros infindáveis numa cave escondida de todos. Tens de o descobrir, olhá-lo nos olhos logo de manhã e dizer-lhe: estou atento, estou a ver-te, hoje não me roubas o sorriso.

sábado, outubro 13, 2007

As irmãs más


O primeiro filme que vi no cinema, quando criança, foi, inevitavelmente, um filme de Walt Disney, foi a Cinderela. Alguns viram o Bambi primeiro, mas eu vi a Cinderela. Claro que foi um momento mágico, o grande ecrã, os desenhos perfeitos, uma personagem doce que enfrentava um destino adverso com a ajuda da fada madrinha e de pequenos animais encantadores e que no final conquistava o príncipe encantado e um futuro radioso e merecido.

Mas nós não nos vemos habitualmente como Cinderelas. Na verdade, estamos mais perto de nos sentirmos como as irmãs más, com as nossas neuras, raivas, tolices, egoísmos e ciúmes. E claro que as detestamos, como as detestámos no desenho animado. Na altura pareciam tão distantes de nós, gostaríamos de nada ter a ver com elas. Mas descobrimos que temos, que não somos mesmo Cinderelas. O que fazer com elas? É que elas estão por todo o lado, encontrá-mo-las ali sentadas num canto num jantar animado, ao olharmo-nos nos vidros de uma montra, ao andarmos de autocarro pela cidade, ao encontrarmos um sem-abrigo, em momentos totalmente inesperados, e mesmo quando achamos que está tudo bem, mas afinal não está, elas estão presentes. E odiamo-las, desdenhamo-las, gostaríamos que desaparecessem do filme, do nosso filme.


Por mais técnicas que tenhamos experimentado, por mais práticas que tenhamos feito, por mais livros que tenhamos lido, por mais ensinamentos que tenhamos ouvido, por mais insights que tenhamos tido, por mais que nos tenham explicado o quanto é necessário aceitar e amar essas partes de nós que negligenciamos e detestamos, que afinal nada é negativo, e que as nossas emoções perturbadores afinal nada mais são do que o outro lado da nossa sabedoria intrínseca, elas, as irmãs más, feias e disformes, estão lá, podemos vê-las pelo canto do olho, um desenho animado grotesco das nossas falhas. E não só estão lá, como estão por toda a parte, vêmo-las reflectidas nos olhares que cruzamos, carentes, exigentes, desadequadas e ciumentas.

O desenho animado torna-se mais patético sempre que ela surge, a outra, loura e linda, a Cinderela. Ela chega sempre inesperadamente, sem se fazer anunciar, e conta histórias sobre o palácio real, o príncipe encantado, sobre tudo o que possui e por onde viajou. Ao seu lado somos inevitavelmente pálidas e sem graça. Ela tem tudo, acha que tudo lhe pertence, e, muito naturalmente, toma o nosso lugar e usa o que temos de mais precioso. Calça os nossos sapatos de cristal e nem repara que ficamos descalças.

Moral da história: as Cinderelas já não são o que eram... e as irmãs também não

quinta-feira, outubro 04, 2007

terça-feira, setembro 25, 2007

Cavalgada



(recebi por email :) - hello João Sá!, algures no Brasil)

Existe uma história zen sobre um homem e um cavalo. O cavalo está galopando rapidamente, e parece que o homem que cavalga se dirige a algum lugar importante. Outro homem, em pé ao lado da estrada, grita:
- Aonde você está indo?
E o homem a cavalo responde:
- Não sei. Pergunte ao cavalo!

Esta é a nossa história. Estamos todos sobre um cavalo, não sabemos aonde vamos e não conseguimos parar. O cavalo é a força de nossos hábitos que nos puxa, e somos impotentes diante dela. Estamos sempre correndo, e isso já se tornou um hábito. Estamos acostumados a lutar o tempo todo, até mesmo durante o sono. Estamos em guerra com nós mesmos, e é fácil declarar guerra aos outros também.

Precisamos aprender a arte de fazer cessar – parar nosso pensamento, a força de nossos hábitos, nossa desatenção, bem como as emoções intensas que nos regem. Quando uma emoção nos assola, ela se assemelha a uma tempestade, que leva consigo a nossa paz. Nós ligamos a TV e depois desligamos, pegamos um livro e depois o deixamos de lado. O que podemos fazer para interromper este estado de agitação? Como podemos fazer cessar o medo, o desespero, a raiva e os desejos? É simples. Podemos fazer isso através da prática da respiração consciente, do caminhar consciente, do sorriso consciente e da contemplação profunda – para sermos capazes de compreender. Quando prestamos atenção e entramos em contato com o momento presente, os frutos que colhemos são a compreensão, a aceitação o amor e o desejo de aliviar o sofrimento e fazer brotar a alegria.

Mas a força do hábito costuma ser mais forte do que nossa vontade. Dizemos e fazemos coisas que não queremos e depois nos arrependemos. Causamos sofrimento a nós mesmos e aos outros e, de forma geral, produzimos grande quantidade de destruição. Podemos ter a firme intenção de nunca mais fazer isso, mas sempre acabamos fazendo de novo. Por que? Porque a força do hábito acaba vencendo e nos levando de roldão.

Precisamos da energia da atenção plena para perceber quando o hábito nos arrasta, e fazer cessar esse comportamento destrutivo. Com atenção plena, temos a capacidade de reconhecer a força do hábito cada vez que ela se manifesta.
- Alô, força do hábito, sei que você está aí!
Nessa altura, se conseguirmos simplesmente sorrir, o hábito perderá grande parte de sua força. A atenção plena é a energia que nos permite reconhecer a força do hábito e impedi-la de nos dominar.

Por outro lado, o esquecimento ou negligência é o oposto. Tomamos uma xícara de chá sem sequer perceber o que estamos fazendo. Sentamo-nos com a pessoa que amamos, mas não percebemos que a pessoa está ali. Andamos sem realmente estar andando. Estamos sempre em outro lugar, pensando no passado ou no futuro. O cavalo dos nossos hábitos nos conduz, e somos prisioneiros dele. Precisamos deter esse cavalo e resgatar nossa liberdade. Precisamos irradiar a luz da atenção plena em tudo o que fizermos, para que a escuridão do esquecimento desapareça.

(Thich Nhat Hanh, em A Essência dos Ensinamentos de Buda)

segunda-feira, setembro 10, 2007

A vida vale a pena...

.. mas é preciso prática. Este é o título de um livro do Bo Lozoff, co-fundador de Human Kindness Foundation. Li há uns anos atrás We're all Doing Time (sobre meditação nas prisões mas, basicamente, "somos todos prisioneiros"), e o que me interessou foi o lado muito prático de tudo o que ele dizia. Neste It's a Meaningful Life a urgência da prática neste Planeta Terra & Companhia Lda está ainda mais em evidência. Para além de uma vida mais simples e atenta às pequenas coisas, Bo Lozoff sugere práticas a que nos podemos dedicar durante um determinado período de tempo, por exemplo, um mês - em vez de pensar que temos tanto por onde começar... que não começamos nada. E para os mais apressados, o facto de tomarmos consciência de determinados padrões, é já muito importante. Por exemplo, mesmo que não consigamos começar por um voto tipo "não falar de ninguém que não esteja presente", porque não começar por nos darmos conta de quantas vezes falamos de alguém sem essa pessoa estar presente? Esse pequeno passo é já muito revelador.... a não ser, claro, que passemos à fase seguinte... pois "podemos fazer o mais difícil":

"We have a saying around Kindness House, the community where I live: 'You can do hard.' The reason that we say this is that, in our modern era, the words 'It's too hard' have become an anthem for giving up. Have an ache or pain, reach for a pill; get depressed after losing a job, take Prozac for a while. A friend once confided to me that she regretted divorcing her husband. She said the only reason she did it was the prevailing attitude at the time that 'If it gets really hard, why make yourself suffer?' Maybe we have become afraid to tackle anything that might be very hard; maybe we've been convinced that we can't do hard things.

" 'You can do hard' is one of my community's ways of reminding us that we need not run away in fear just because something is greatly challenging. It might be daunting, but we can do daunting. It might even be scary, but we can do scary. No matter how bad it is-and it could be very bad for a while-we can do it. And then years later, it's just one sentence: 'Sita and I hated each other for most of 1979; we held on to our marriage by a thread.' Just one little sentence in a conversation. Nothing extraordinary. Nobody falls over when you tell them.

"We can do hard. Really, we can. Don't let a brief cultural myopia fool you into thinking you'll crumble when the chips are down. Human beings are designed for the chips to be down sometimes. We can endure unimaginably hard things and come out better for them."

... O que me faz recordar ainda uma entrevista que li há pouco tempo com um filósofo francês da actualidade (acho que foi o Gilbert Simondon), que dizia que um dos grandes flagelos do mundo moderno é o complexo de vitimização. Não só procuramos coisas fáceis como quando se torna difícil, somos todos vítimas. Esse tipo de visão falsa só pode arrastar-nos para mais outra história... ou para nos afundar-nos ainda mais na nossa história...

sexta-feira, setembro 07, 2007

Hatsume Sato - curar o coração


Um encontro na Net: Hatsume Sato é a fundadora de Ischia na Floresta (Mori-no-Iskia - Japão), um "oásis" para alimentar o corpo e a mente dos "viajantes cansados" ou seja, de muitos de nós. E de uma forma simples, através de palavras com coração e das suas Omusubi (bolas de arroz) - pessoas com tendências depressivas que as comeram reencontraram a alegria de viver. Muito nova, e face a situações difíceis, descobriu que a única coisa que a única coisa que podemos dar é o nosso coração. Ela soube dar o dela. Falam de Hatsume com a Mãe Teresa japonesa e apareceu num documentário sobre o Japão, Gaia Symphony II, ao lado de personalidades como o Dalai Lama.

sexta-feira, agosto 31, 2007

old friends


uma coisa boa acerca do encontro de amanhã... será a possibilidade de rever "velhos amigos" ;)

quinta-feira, agosto 30, 2007

mais fotos

do encontro Harmonia em Movimento aqui :)

terça-feira, agosto 28, 2007

O site do Dharma Marketing

O Paulo Vieira de Castro tem trabalhado muito no site... Gosto do azul :)

Dharma Marketing

segunda-feira, agosto 27, 2007

quinta-feira, agosto 23, 2007

Escutatório

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.

Escutatório,
Rubem Alves

domingo, agosto 19, 2007

só porque sim

Pois, foi, ontem, um dia "cheio" no Parque da cidade. Livre, gratuito.. só porque sim e é bom fazer coisas juntos. E desfrutar do sol e da cidade. O programa?

Núcleo I- O Toque

09:30/10:30 h- Massagem Craniana de Relaxamento
(Cristina Dias)
10:00/11:00 h- Reflexologia e Shiatsu
(Alexandra Figueiredo e Paulo Brandão)
10:30/11:30 h- Massagem Ayurvédica
(André Barbosa, Isabel Machado, Rui Barbosa, Sat Nam,
Valter Manuel)
15:00/16:00 h- Concerto de Taças Tibetanas e Gongos
(Teresa Valente)
16:15/17:30- Massagem do Som (Zé Pedras, Teresa Valente)

Núcleo II- A Palavra

09:30 h- Meditação dos 5 elementos
(Margarida Cardoso - União Budista)
10:30 h- SOS Planeta
Da ecologia do Ser ao Ser da ecologia (Pedro Jorge Pereira)
Agricultura Biológica e Desenvolvimento Sustentável - Projecto
Raízes (Pedro)
12:oo h - Cristaloterapia - (Zé Pedras - Akasha)
16:00 h- De onde vem a dor? Da vivência à cura
(Cristina Gomes)
17:00 h- As crianças do Novo Milénio
(Cristina Dias)


Núcleo III- O Movimento

10:00 h- Yoga (Bruno - Pazpazes)
11:15 h- Dança do Ser (Maria Antónia Pereira Ágape)
16:00 h- Danças Circulares Sagradas (Ilídia Barbosa- Santi Mani)

espaço para ser e estar

"Nós somos o céu azul, infinito e luminoso"

Relaxamento









Movimento



Partilhas








No minho






Depois do planalto mirandense, a paisagem minhota. Fomos levar o Lécio no fim-de-semana passado e aproveitámos para passar um domingo minhoto... com ranchos folclóricos na aldeia como é da praxe no mês de Agosto:) Uma boa oportunidade para descansar, passear, falar... e partilhar as nossas experiências recentes, o Lécio com Thich Nhat Hann em Plum Village, nós com Amy Hollowell no retiro em Miranda.

quarta-feira, agosto 01, 2007

diário do retiro


27/07
why would I want another moment?
why would I want at all?

(evening)
I love my sins

28/07
I will not let you down

29/07
the moon uncover itself
the truth reveals itself
Buddha is here

30/07
brothers and sisters
~par amour~

01/08
this is like a breeze
and it moves
and it's love

quinta-feira, julho 26, 2007

sexta-feira, julho 20, 2007

um momento

Passar as contas entre os dedos

Até que estar e ser tenham o mesmo reflexo




quarta-feira, julho 18, 2007

Um Porto de Árvores

e por falar em Campo Aberto.. o livro Um Porto de Árvores é realmente muito bonito e é um presente fantástico! Os autores, são igualmente autores do blog super-interessante Dias com árvores, um blog que já referi algures...

domingo, julho 15, 2007

Almoço biológico














A associação Campo Aberto lançou uma campanha 50 espaços verdes - 50 espaços a preservar. Escolheram o dia de hoje para um debate... depois de um almoço biológico! Participei na confecção do almoço, a convite do Pedro e da Sarah da Raízes. Foi muito giro trabalhar com eles e de repente a cozinha da UBP ficou irreconhecível.. mas valou a pena! ... E como se pode ver os vegetarianos não comem só alface! :) Ao mesmo tempo fiquei curiosa em relação ao trabalho do campo Aberto. Aí está algo que é preciso apoiar.

Quanto ao menu: sopa de abóbora, saladas diversas (inclusive uma de courgette e iogurte), taboulet (salada de bulgur marroquina), massa com pesto, creme de lentilhas, falafel. Começando pela sopa de abóbora.... Estava fantástica mas o mérito não é todo meu :) Além dos legumes biológicos, que mudam tudo (é incrível, mas acho que já esquecemos o verdadeiro sabor dos alimentos), a receita da Sarah era realmente muito boa. Começa-se por alourar cebola em azeite. Junta-se gengibre ralado, concentrado de tomate (os produtos, incluindo o concentrado de tomate, tinham sido comprados na Naturocoop) e concentrado de legumes (o equivalente ao caldo knorr.. mas de qualidade). Depois é juntar cenoura e abóbora. A abóbora era de duas qualidades. Aquela tradicional, mais clara, que se usa na sopa, e aquela com uma cor laranja fantástica que nunca consigo saber o nome. No final, junta-se sementes de abóbora tostadas (passámos na frigideira, sem gordura, só para tostar). Uma delícia!

Foi pena o mau tempo, pois o almoço estava previsto para ser no próprio jardim (botânico)... mas ainda deu para aproveitar o espaço verde!