segunda-feira, dezembro 24, 2007
Um bom ano... sem fumo... e com bom coração:)
Lembro-me de muitos episódios quase caricatos, se não tristes. Depois de voltar de Bruxelas, há mais de dez anos atrás, vivi em Faro durante 1 ano e meio. Tenho muito boas memórias de Faro, de coisas simples e fantásticas como sair de casa para ir ver o pôr-do-sol sobre o cais da ria. Nessa altura o meu filho tinha 5 anos e frequentemente levava-o para o jardim, sobretudo aquele em frente à marina de Faro, que tem baloiços para as crianças. Uma manhã estava sentada num dos bancos em frente ao parque das crianças, a ler um livro (possivelmente) enquanto o meu filho brincava. Como ainda era de manhã cedo o jardim estava apetecível mas praticamente deserto. Senta-se depois um homem de idade ao meu lado. E, claro, puxa de um cigarro para fumar. Como acontece em 90% dos casos (no meu caso, deve rondar os 100%), o vento estava a favor... de eu apanhar com o fumo todo. Nessa altura todos os bancos estavam vazios, talvez tenha escolhido aquele em que eu estava sentada porque estava ao sol. Aguentei aquela fumarada algum tempo, até achar que não tinha de aguentar. Pedi-lhe educadamente se poderia mudar de lugar, porque o fumo me estava a incomodar. Respondeu-me indignado: "Com tantas senhoras que fumam, logo eu tinha de dar com esta!". Achei sempre estranho ter quase de pedir desculpas por não ser fumadora e fazer o papel da má da fita. Estranho mesmo. Mas mesmo assim a minha consciencialização deste problema foi maior quando ouvi o Cláudio, o empregado do café onde frequentemente tomamos o pequeno-almoço, exclamar: já bastam quatorze anos a engolir o fumo dos outros!
domingo, dezembro 16, 2007
Solidariedade
necessitam-se livros de qualquer tipo (biografias, poemas, ficcção, clássicos, romances, científicos, etc.) para a biblioteca da UHSA (Unidade Habitacional Santo António, no Porto, que é um centro de detenção de imigrantes que aguardam repatriamento)! Podem ser livros usados, mas em boas condições. (deixar no Creu ao cuidado do FAS):
além disso, a igreja de Ramalde está a fazer recolha de material informático em bom estado, roupas, livros, etc. para missão humanitária na Guiné. Quem tiver algo com que possa contribuir, passe na Igreja de Ramalde, Porto...
mais um espaço
terça-feira, dezembro 04, 2007
ainda sobre as Conversas da Terra
segunda-feira, dezembro 03, 2007
conversas de tlm
Conversas
As nossas penas
Nesta altura da leitura houve um click, a imagem destas penas a flutuar na água. E percebi que o que tinha oferecido fora a minha humildade (ou o meu orgulho).
quarta-feira, novembro 28, 2007
Para ti
terça-feira, novembro 27, 2007
Livros a partir de um euro
A Festa das Letras decorrerá todos os dias, incluindo sábados e domingos, entre as 10h00 e as 18h00. O dia 1 de Dezembro, será dedicado à poesia de Miguel Torga, com actores convidados para declamar poemas.
Entretanto inscrevi-me no Freecycle.
segunda-feira, novembro 26, 2007
Conversas sobre os elementos
sexta-feira, novembro 16, 2007
O caminho do Bodhisattva
quarta-feira, novembro 14, 2007
curar o mundo
quinta-feira, novembro 08, 2007
o repouso do guerreiro
quarta-feira, outubro 24, 2007
O ladrão de sorrisos
sábado, outubro 13, 2007
As irmãs más
O primeiro filme que vi no cinema, quando criança, foi, inevitavelmente, um filme de Walt Disney, foi a Cinderela. Alguns viram o Bambi primeiro, mas eu vi a Cinderela. Claro que foi um momento mágico, o grande ecrã, os desenhos perfeitos, uma personagem doce que enfrentava um destino adverso com a ajuda da fada madrinha e de pequenos animais encantadores e que no final conquistava o príncipe encantado e um futuro radioso e merecido.
Mas nós não nos vemos habitualmente como Cinderelas. Na verdade, estamos mais perto de nos sentirmos como as irmãs más, com as nossas neuras, raivas, tolices, egoísmos e ciúmes. E claro que as detestamos, como as detestámos no desenho animado. Na altura pareciam tão distantes de nós, gostaríamos de nada ter a ver com elas. Mas descobrimos que temos, que não somos mesmo Cinderelas. O que fazer com elas? É que elas estão por todo o lado, encontrá-mo-las ali sentadas num canto num jantar animado, ao olharmo-nos nos vidros de uma montra, ao andarmos de autocarro pela cidade, ao encontrarmos um sem-abrigo, em momentos totalmente inesperados, e mesmo quando achamos que está tudo bem, mas afinal não está, elas estão presentes. E odiamo-las, desdenhamo-las, gostaríamos que desaparecessem do filme, do nosso filme.
Por mais técnicas que tenhamos experimentado, por mais práticas que tenhamos feito, por mais livros que tenhamos lido, por mais ensinamentos que tenhamos ouvido, por mais insights que tenhamos tido, por mais que nos tenham explicado o quanto é necessário aceitar e amar essas partes de nós que negligenciamos e detestamos, que afinal nada é negativo, e que as nossas emoções perturbadores afinal nada mais são do que o outro lado da nossa sabedoria intrínseca, elas, as irmãs más, feias e disformes, estão lá, podemos vê-las pelo canto do olho, um desenho animado grotesco das nossas falhas. E não só estão lá, como estão por toda a parte, vêmo-las reflectidas nos olhares que cruzamos, carentes, exigentes, desadequadas e ciumentas.
O desenho animado torna-se mais patético sempre que ela surge, a outra, loura e linda, a Cinderela. Ela chega sempre inesperadamente, sem se fazer anunciar, e conta histórias sobre o palácio real, o príncipe encantado, sobre tudo o que possui e por onde viajou. Ao seu lado somos inevitavelmente pálidas e sem graça. Ela tem tudo, acha que tudo lhe pertence, e, muito naturalmente, toma o nosso lugar e usa o que temos de mais precioso. Calça os nossos sapatos de cristal e nem repara que ficamos descalças.
Moral da história: as Cinderelas já não são o que eram... e as irmãs também não
quinta-feira, outubro 11, 2007
quinta-feira, outubro 04, 2007
terça-feira, setembro 25, 2007
Cavalgada
- Aonde você está indo?
E o homem a cavalo responde:
- Não sei. Pergunte ao cavalo!
Esta é a nossa história. Estamos todos sobre um cavalo, não sabemos aonde vamos e não conseguimos parar. O cavalo é a força de nossos hábitos que nos puxa, e somos impotentes diante dela. Estamos sempre correndo, e isso já se tornou um hábito. Estamos acostumados a lutar o tempo todo, até mesmo durante o sono. Estamos em guerra com nós mesmos, e é fácil declarar guerra aos outros também.
- Alô, força do hábito, sei que você está aí!
Nessa altura, se conseguirmos simplesmente sorrir, o hábito perderá grande parte de sua força. A atenção plena é a energia que nos permite reconhecer a força do hábito e impedi-la de nos dominar.
Por outro lado, o esquecimento ou negligência é o oposto. Tomamos uma xícara de chá sem sequer perceber o que estamos fazendo. Sentamo-nos com a pessoa que amamos, mas não percebemos que a pessoa está ali. Andamos sem realmente estar andando. Estamos sempre em outro lugar, pensando no passado ou no futuro. O cavalo dos nossos hábitos nos conduz, e somos prisioneiros dele. Precisamos deter esse cavalo e resgatar nossa liberdade. Precisamos irradiar a luz da atenção plena em tudo o que fizermos, para que a escuridão do esquecimento desapareça.
(Thich Nhat Hanh, em A Essência dos Ensinamentos de Buda)
segunda-feira, setembro 10, 2007
A vida vale a pena...
"We have a saying around Kindness House, the community where I live: 'You can do hard.' The reason that we say this is that, in our modern era, the words 'It's too hard' have become an anthem for giving up. Have an ache or pain, reach for a pill; get depressed after losing a job, take Prozac for a while. A friend once confided to me that she regretted divorcing her husband. She said the only reason she did it was the prevailing attitude at the time that 'If it gets really hard, why make yourself suffer?' Maybe we have become afraid to tackle anything that might be very hard; maybe we've been convinced that we can't do hard things.
" 'You can do hard' is one of my community's ways of reminding us that we need not run away in fear just because something is greatly challenging. It might be daunting, but we can do daunting. It might even be scary, but we can do scary. No matter how bad it is-and it could be very bad for a while-we can do it. And then years later, it's just one sentence: 'Sita and I hated each other for most of 1979; we held on to our marriage by a thread.' Just one little sentence in a conversation. Nothing extraordinary. Nobody falls over when you tell them.
"We can do hard. Really, we can. Don't let a brief cultural myopia fool you into thinking you'll crumble when the chips are down. Human beings are designed for the chips to be down sometimes. We can endure unimaginably hard things and come out better for them."... O que me faz recordar ainda uma entrevista que li há pouco tempo com um filósofo francês da actualidade (acho que foi o Gilbert Simondon), que dizia que um dos grandes flagelos do mundo moderno é o complexo de vitimização. Não só procuramos coisas fáceis como quando se torna difícil, somos todos vítimas. Esse tipo de visão falsa só pode arrastar-nos para mais outra história... ou para nos afundar-nos ainda mais na nossa história...
sexta-feira, setembro 07, 2007
Hatsume Sato - curar o coração
Um encontro na Net: Hatsume Sato é a fundadora de Ischia na Floresta (Mori-no-Iskia - Japão), um "oásis" para alimentar o corpo e a mente dos "viajantes cansados" ou seja, de muitos de nós. E de uma forma simples, através de palavras com coração e das suas Omusubi (bolas de arroz) - pessoas com tendências depressivas que as comeram reencontraram a alegria de viver. Muito nova, e face a situações difíceis, descobriu que a única coisa que a única coisa que podemos dar é o nosso coração. Ela soube dar o dela. Falam de Hatsume com a Mãe Teresa japonesa e apareceu num documentário sobre o Japão, Gaia Symphony II, ao lado de personalidades como o Dalai Lama.
sexta-feira, agosto 31, 2007
quinta-feira, agosto 30, 2007
terça-feira, agosto 28, 2007
O site do Dharma Marketing
Dharma Marketing
segunda-feira, agosto 27, 2007
quinta-feira, agosto 23, 2007
Escutatório
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.
Escutatório,
Rubem Alves
domingo, agosto 19, 2007
só porque sim
Núcleo I- O Toque
09:30/10:30 h- Massagem Craniana de Relaxamento
(Cristina Dias)
10:00/11:00 h- Reflexologia e Shiatsu
(Alexandra Figueiredo e Paulo Brandão)
10:30/11:30 h- Massagem Ayurvédica
(André Barbosa, Isabel Machado, Rui Barbosa, Sat Nam,
Valter Manuel)
15:00/16:00 h- Concerto de Taças Tibetanas e Gongos
(Teresa Valente)
16:15/17:30- Massagem do Som (Zé Pedras, Teresa Valente)
Núcleo II- A Palavra
09:30 h- Meditação dos 5 elementos
(Margarida Cardoso - União Budista)
10:30 h- SOS Planeta
Da ecologia do Ser ao Ser da ecologia (Pedro Jorge Pereira)
Agricultura Biológica e Desenvolvimento Sustentável - Projecto
Raízes (Pedro)
12:oo h - Cristaloterapia - (Zé Pedras - Akasha)
16:00 h- De onde vem a dor? Da vivência à cura
(Cristina Gomes)
17:00 h- As crianças do Novo Milénio
(Cristina Dias)
Núcleo III- O Movimento
10:00 h- Yoga (Bruno - Pazpazes)
11:15 h- Dança do Ser (Maria Antónia Pereira Ágape)
16:00 h- Danças Circulares Sagradas (Ilídia Barbosa- Santi Mani)
No minho
Depois do planalto mirandense, a paisagem minhota. Fomos levar o Lécio no fim-de-semana passado e aproveitámos para passar um domingo minhoto... com ranchos folclóricos na aldeia como é da praxe no mês de Agosto:) Uma boa oportunidade para descansar, passear, falar... e partilhar as nossas experiências recentes, o Lécio com Thich Nhat Hann em Plum Village, nós com Amy Hollowell no retiro em Miranda.
quarta-feira, agosto 01, 2007
diário do retiro
quinta-feira, julho 26, 2007
sexta-feira, julho 20, 2007
quarta-feira, julho 18, 2007
Um Porto de Árvores
domingo, julho 15, 2007
Almoço biológico
A associação Campo Aberto lançou uma campanha 50 espaços verdes - 50 espaços a preservar. Escolheram o dia de hoje para um debate... depois de um almoço biológico! Participei na confecção do almoço, a convite do Pedro e da Sarah da Raízes. Foi muito giro trabalhar com eles e de repente a cozinha da UBP ficou irreconhecível.. mas valou a pena! ... E como se pode ver os vegetarianos não comem só alface! :) Ao mesmo tempo fiquei curiosa em relação ao trabalho do campo Aberto. Aí está algo que é preciso apoiar.
Quanto ao menu: sopa de abóbora, saladas diversas (inclusive uma de courgette e iogurte), taboulet (salada de bulgur marroquina), massa com pesto, creme de lentilhas, falafel. Começando pela sopa de abóbora.... Estava fantástica mas o mérito não é todo meu :) Além dos legumes biológicos, que mudam tudo (é incrível, mas acho que já esquecemos o verdadeiro sabor dos alimentos), a receita da Sarah era realmente muito boa. Começa-se por alourar cebola em azeite. Junta-se gengibre ralado, concentrado de tomate (os produtos, incluindo o concentrado de tomate, tinham sido comprados na Naturocoop) e concentrado de legumes (o equivalente ao caldo knorr.. mas de qualidade). Depois é juntar cenoura e abóbora. A abóbora era de duas qualidades. Aquela tradicional, mais clara, que se usa na sopa, e aquela com uma cor laranja fantástica que nunca consigo saber o nome. No final, junta-se sementes de abóbora tostadas (passámos na frigideira, sem gordura, só para tostar). Uma delícia!
Foi pena o mau tempo, pois o almoço estava previsto para ser no próprio jardim (botânico)... mas ainda deu para aproveitar o espaço verde!