terça-feira, setembro 26, 2006

Da imitação à Independência

QuanYin“No princípio da nossa prática, somos principiantes, temos as nossas razões para estar aqui, estamos entusiasmados e abertos. Começamos a praticar e começamos por observar à nossa volta: o professor, a estátua de Buda no altar, as pessoas que nos dizem como nos prosternar e aquilo que devemos fazer, e imitamos os gestos delas. Nesta imitação, renunciamos à nossa maneira de fazer as coisas. Abandonamos mais ou menos as nossas ideias quanto à forma de sentar, de pensar, de andar e de nos prosternarmos. Por vezes resistimos, por vezes custa-nos renunciar a algumas coisas, e criamos oposição. Alguns imitam facilmente, outros têm dificuldade em fazê-lo. Depois há um momento – e também é um processo sobre o qual nada sabemos – em que renunciamos ao que sabemos. Tudo o que sabemos, é que imitamos. A certa altura também a isso devo renunciar. E renunciar às ideias sobre o que sou… Não sei quem sou…

Para poder renunciar a esta imitação, mais uma vez devemos não saber. Então, a nossa maneira de ser pode manifestar-se; então, a nossa verdadeira maneira de ser pode revelar-se. São as nossas jóias, cosidas nas nossas vestes.

O que é que significa ser independente? Ser livre? Ser livre das nossas ideias e imitações? Ser íntimo, estar aberto? No jargão Zen, diríamos ser um com, não estar separado. Pode parecer paradoxal, ser independente mas não estar separado; na realidade, não se pode ser independente se estamos separados: na separação, estamos muito dependentes uns dos outros.“


Amy Hollowell sensei

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